Monday, February 12, 2007

REFERENDO 2007


Pela terceira vez , no nosso país ,os Portugueses foram chamados a responder a um referendo.
O primeiro foi em 1998, o tema era já o aborto, no mesmo ano fez-se ainda uma consulta pública acerca da regionalização, e agora em 2007 volta-se a referendar a I.V.G, despenalização da interrupção voluntária da gravidez.


Apesar de ser a terceira vez que os portugueses são chamados às urnas, para responder apenas sim ou não, pela terceira vez não cumprem com o mínimo de participação exigida por lei ( Acima dos 50% + 1).
Esta presença seria de suprema importância, visto que desta forma o referendo não é vinculativo. E se as pessoas cumprem-se com o seu dever cívico, talvez isto já não se verificasse.

Isto na prática significa que o referendo já havia sido ,em sede de AR(Assembleia da República) na generalidade, e com este resultado terá que voltar ao Parlamento para ser discutida na especialidade.

A taxa de abstenção em 1998 foi de 68,1%, embora a abstenção ontem tenha sido mais baixa, situou-se entre os 56 a 60%( Dados da projecção feita pela RTP e a Universidade Católica). Assim sendo, eu continuo a achar que os portugueses não cumprem os seus deveres cívicos.

E depois são essas mesmas pessoas, que se queixam que o pais está mal, que os “Senhores do Governo” é que mandam, e que o povo não manda nada e…..

Mas, a dura realidade é que quando os cidadãos são chamados a dar o seu valioso contributo para a Democracia, eles simplesmente não
aparecem.

Este era um momento único, essencial, em que o povo foi chamado a participar activamente na legislação.

Em 1998, a desculpa usada foi a de que estava um bom dia e as pessoas preferiram ir para a praia, este ano foi a desculpa da chuva, isto faz-vos algum sentido? A mim não.
Acho, que muitos cidadãos, não fazem ideia das lutas travadas pelos nossos antepassados para que todas as classes sociais pudessem votar, se não certamente não tomariam este tipo de atitudes irresponsáveis.

O nosso Portugal, na minha perspectiva, continua a ser o país do “deixa andar”. Mas, se ninguém os chamar a pronunciarem-se “ Aque del rei”!

Entendo que as pessoas que não foram votar ,deviam consciencializar-se da gravidade deste problema social. É pena que assim não tenha sido.

A questão não era votar SIM, coisa que assumo desde já que fiz, mas era votar: Fosse SIM OU NÃO.

Note-se que o voto é um dever cívico e um direito democrático.

Eu acho que este acto de alguns portugueses mostra “imaturidade cívica”, para ter maturidade cívica teria que ser vinculativo, mas claro que isso implicaria a deslocação às urnas, e isso é que nem pensar! Antes ir para o COLOMBO ou para o VASCO DA GAMA! LOLO

Segundo, estudos apresentados as pessoas que terão ido votar terão sido maioritariamente jovens dos 18 aos 34 anos, casados ou a viver em união de facto, e pessoas com grau de escolaridade mais elevado.

Por oposição, as pessoas que tendencialmente não terão ido votar serão as” pessoas mais idosas e com menos instrução, havendo por isso uma menor predisposição para estes assuntos”.

O «sim» venceu o referendo à despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) até às 10 semanas, com 59,25 por cento dos votos, contra 40,75 por cento do não. Em Portugal continental saiu vencedor em 11 dos 18 distritos. Em diversos concelhos ultrapassou os 80 por cento dos votos, segundo os dados oficiais da Comissão Nacional de Eleições.
O concelho onde o «sim» teve a vitória mais clara foi Aljustrel, no distrito de Beja, onde 90,4 por cento dos eleitores mostraram estar a favor da despenalização. No mesmo distrito, o «sim» arrecadou 89,7 por cento dos votos em Ferreira do Alentejo e 86,8 por cento em Castro Verde.
Foi no Alentejo que os eleitores provaram estar mais a favor da despenalização da IVG até às 10 semanas. Em Arraiolos, Évora, o «sim» obteve 83,1 por cento dos votos.


O «não» à despenalização teve a maior expressão nas regiões autónomas, onde foi rei e senhor, batendo em todos os concelhos o «sim».
Na Madeira, o «não» venceu mesmo com mais de 80 por cento dos votos em cinco dos 11 concelhos, tal como em três dos 19 concelhos açorianos.


No entanto, este resultado foi inequívoco e portanto a lei irá ser alterada de acordo com a vontade dos portugueses.

Na sede do PS, José Sócrates acrescentou que «a nossa tarefa é respeitar a vontade do povo português» e consolidar legalmente a resposta que os portugueses deram na consulta popular.
«A Interrupção Voluntária da Gravidez, pela vontade da mulher, feita em estabelecimento de saúde autorizado, até às 10 semanas de gravidez, deixará de ser um crime», declarou, acrescentando que «estaremos à altura do nosso compromisso pelo «sim». A lei que temos de aprovar deve respeitar o resultado do referendo». «O povo falou e falou de forma clara e veio reforçar a legitimidade do espaço político e legislativo que estava em causa», sublinhou José Sócrates.

Apesar de não ser juridicamente vinculativo, este resultado, deverá ser politicamente respeitado.

Esta vitória poderá significar o fim do aborto clandestino em Portugal.

No entanto, é claro que nem tudo são rosas, agora estamos a braços com as respostas que O SNS (Sistema Nacional de Saúde) poderá dar neste âmbito.
Segundo fonte do Hospital de S. António no Porto, estão reunidas as condições para a realização do aborto. Isto, porque segundo a mesma fonte os internamentos em ginecologia são poucos, podendo por isso este acto cirúrgico pode ser feito em regime ambulatório.
Mas, nas restantes unidades hospitalares reconhece-se a falta de meios físicos e de recursos humanos para o efeito, até mesmo devido à objecção de consciência que alguns médicos poderão alegar.

Um último apontamento será aquilo a que alguns chamaram de “boas práticas”, e que contemplam uma consulta médico com um profissional da área de planeamento familiar, um tempo de reflexão e em seguida se ,decididamente, a mulher continuar a querer abortar será encaminhada para o local adequado para realizar a sua IVG em condições de dignidade humana.

Porque ninguém se convença que uma mulher faz um aborto, só porque sim, este acto deixa marcas para toda uma vida: sentimentos de culpa, depressões, etc., etc., etc.

À semelhança da Lei que regula o Divórcio, quando ela foi aprovada, também não obrigava ninguém a divorciar-se, dava sim essa possibilidade.

No meu entender, o mesmo se passa com a despenalização do aborto, não quer dizer que todas as pessoas a partir daqui o comecem a fazê-lo, mas à semelhança do que disse anteriormente,
PASSAM É A TER ESSA POSSIBILIDADE, sem colocar em risco a sua saúde e dignidade.

12 comments:

Zorze Zorzinelis said...

Penso que muitos de nós já estamos alertamos para alguns pontos que expressas no texto e ainda bem; beijos ***

Catarino said...

manda qualquer coisa para o meu mail, depois eu adiciono-te...
Beijito

MariaTuché said...

Concordo plenamente.

Desculpa esta ausência mas cá estou para por a leitura em dia :))

Um beijão

Diabólica said...

ZORZE,

Pois, a questão é precisamente essa: "alguns de nós". Se calhar estou a pedir de mais, para um país com as características do nosso.
Mas o ideal era, que a mensagem chegasse à "generalidade" da população.

Beijos.

CATARINO

Claro, vou então fazer isso.

Beijinhos.

TUCHÉ,

Não tens nada que pedir desculpa pela tua ausência, sei o que se passou contigo, e já tive oportunidade de manifestar os meus sentimentos no teu blog.

Mais vai aparecendo, sempre que possas, porque os teus comentários são sempre bem vindos.

E eu, apesar de ser diabolica, também preciso de uma advogada que me defenda, cá na terra.

Foste a eleita.

Beijinhos e tudo de bom para ti.

Diabólica said...

ZORZE,

Peço desde já desculpa pelo meu comentário, pois só agora reparei que tinhas colocado "muitos" e não "alguns de nós", como eu pressupões.

SORRY

Bjs

Barão da Tróia II said...

Somos uma sociedade de trampa, como fácilmente se prova pela a bstenção do referendo. Boa semana.

Casemiro dos Plásticos said...

isto é tudo uma tourada eu votei e votei sim, os outros que não votaram são tótós e depois queixam-se que ninguem os ouve...

Anonymous said...

Concordo . . . e desejo um dia (14) muito feliz

Diabólica said...

BARÃO DE TRÓIA,

Mas, é que não há dúvida que sim. Os Portugueses acham que só têm direitos, mas esquecem-se que também têm DEVERES.

Era o caso. Mas, desta vez a desculpa era que estava a chover, em 1998 era um dia de praia...

Olha, desculpa, mas apetece mandá-los todos à merda.

Beijokas


CASEMIRO DOS PLÁSTICOS,

Agora tinham uma oportunidade de participar na legislação, não quiseram, mas amanhã ou depois hão-de andar a queixar-se de alguma coisa.

Como é que quem que não participa na Democracia do país, têm legitimidade para falar????

O Português, no geral,é é bom a fazer manifestações, a ver Big Brothers e outros que tais...

Enfim, deprimente.

Beijinhos

TUGA,

Obrigada pela tua visita e opinião.

Quanto ao dia 14 não o posso festejar, porque neste momento não tenho namorado. Acabei uma relação de 5 anos, mas foi o melhor que fiz, aquilo já n ia a lado nenhum.

Mas, no teu caso, e esperando que estejas melhor que eu, UM EXCELENTE DIA DOS NAMORADOS!

Beijinhos diabólicos.

Belzebu said...

Como sabes, estou totalmente de acordo contigo. Eu não passo cheques em branco e como tal, cumpri o meu dever de cidadão!

Saudações infernais! E bom dia de S.Valentim!

Crystalzinho said...

É triste verificar como os portugueses não cumprem com os seus deveres cívicos. Foi tão difícil a luta para dar às pessoas a liberdade para escolher os seus representantes ou algumas decisões importantes que é triste verificar que existe quem não ligue a esse facto. Podemos ter desacreditado na política ou nos politicos mas essa não é a melhor forma de o demonstrar. Se pararmos de lutar, nada se modificará. Espero que tomemos todos consciencia disso e comecemos a participar activamente no rumo deste país.
Nem que tenhamos de começar a meter mesas de voto nos centros comerciais!!
Bjs

Diabólica said...

BELZEBU,

Assim mesmo é que é, cumprir com o dever.

"Eu não passo cheques em branco e como tal, cumpri o meu dever de cidadão!" LOLO

Quanto ao dia de S. Valentim, aceito os votos, mas neste momento não tenho com quem o comemorar.

Espero que o teu tenha sido ÓPTIMO.

Beijinhos


CRYSTALZINHO

Concordo com tudo o que disses-te, como sabes.

Mas, olha que essa tua ideia de :" começar a meter mesas de voto nos centros comerciais!!", parece-me excelente!

Porque é que não a colocas à CNE(Comissão Nacional de Eleições)??!!! Assim,entre um big- Mack e outro podia ser que a abstenção diminuisse.

BOA, EU ASSINO ESSA "PETIÇÃO DIABÓLICA"!

Beijinhos.