Todos sabemos que existe um Sigilo Profissional que deve ser observado, entre o médico e o seu paciente. Isto é, tudo aquilo que o doente diz ao seu médico, durante uma consulta, deverá ficar entre as “quatro paredes” do consultório, do hospital, ou em qualquer unidade médica, onde clínico esteja a exercer as suas funções.
Este é aliás um princípio que está consagrado no Código de Ética e de Deontologia dos médicos e que portanto deverá ser cumprido na integra.
Também não é menos verdade que todos sabemos que isto é tudo muito bonito na teoria, mas em bom rigor, por vezes não é isto que se passa na realidade.
Todos nós temos conhecimento de uma ou outra situação em que se verificou uma “fuga de informação”, que magoou quem foi alvo dela e que não dignifica em nada esta classe profissional, que insiste em ser corporativista ao máximo. Bem, mas isto seriam outros quinhentos.
O que vos quero contar foi observado por mim, não é história.
Ainda no seguimento do meu raciocínio, quebrar o sigilo contando o que o doente confessou em sede de consulta a um outro colega, amigo, vizinho, ou até mesmo familiar, é mau, mas quando o mesmo é quebrado perante uma sala de espera inteira, para mim já é demais!
Estava eu, em pleno hospital dos Capuchos em Lisboa, na sala de espera, quando me deparo com um cenário vergonhoso e que me indignou.
Eu e todos os presentes estávamos a ouvir, em tempo real, a consulta de uma Sr.ª que havia acabado de entrar no gabinete, à escassos minutos.
Ficámos todos a saber o nome da senhora, os problemas de saúde de que padecia, os seus medos e ansiedades, o facto de não conseguir manter relações sexuais com o seu marido, derivado ao facto de se encontrar com um estado depressivo, potenciado pela doença que enfrenta, que tomava Xanax, enfim, tudo e mais alguma coisa.
Todas as pessoas presentes assistiram a este episódio, quanto a mim, francamente deprimente e nada respeitador dos direitos dos doentes, que tanto se apregoam nos hospitais, e que se encontram até mesmo escarrapachados nas paredes destas instituições.
Mas, o mais grave é que outros técnicos e auxiliares estavam presentes e não advertiam o médico que esta situação estava a ocorrer.
Pelos vistos, não existiu qualquer interesse em minimizar os estragos desta triste ocorrência.
Foi nessa altura que me indignei e gritei bem alto, com todas as minhas forças, que era uma vergonha e uma falta de respeito pela doente, estarmos todos a ouvir os seus problemas, sem que ninguém dos restantes funcionários nada fizesse.
Eles agem como se isto já fosse uma prática corrente, e que não tem real importância para as pessoas, para a sua saúde mental.
Bem, e ao que me é dado a ver assim é, porque também, não há muito tempo, estava no Hospital de S. José e o mesmo aconteceu, embora o teor da conversa e o que foi ouvido não fosse tão “intimo”, se é que assim lhe posso chamar.
Tudo isto acontece porque os senhores doutores ao chamarem os doentes, se “esquecem” de desligar o telefone que usam para o efeito.
No fundo, para mim isto é uma total rebaldaria, ou seja, nós temos que comer e calar.
F******* é para este pseudo sistema de saúde, para este Estado desorganizado que eu desconto????!!!!
E depois são precisamente estes funcionários públicos que se queixam, se manifestam e que reclamam pelo respeito pelos seus direitos!
Ora, vão mas é aprender a ser gente e a respeitar o próximo.
É que uma coisa que realmente nunca compreendi foi, porque carga de água é que estes senhores têm que ter “direitos especiais”, em relação ao cidadão comum?
É para nos mostrarem má cara, serem mal-educados, e nos gozarem literalmente?!
Isto é vergonhoso!
No entanto, o meu grito de indignação lá deve ter servido para alguma coisa, porque passados alguns instantes de me ter manifestado, a situação foi “normalizada”.
Portanto, a partir de agora já sabem que não é seguro estar a contar os vossos medos, as vossas ansiedades, a vossa intimidade, nos maravilhosos hospitais que temos.
O que é me têm a dizer a isto? Será que não está mais do que na altura de estes senhores serem responsabilizados judicialmente pelos seus “deslizes”?
Saudações diabólicas.
Este é aliás um princípio que está consagrado no Código de Ética e de Deontologia dos médicos e que portanto deverá ser cumprido na integra.
Também não é menos verdade que todos sabemos que isto é tudo muito bonito na teoria, mas em bom rigor, por vezes não é isto que se passa na realidade.
Todos nós temos conhecimento de uma ou outra situação em que se verificou uma “fuga de informação”, que magoou quem foi alvo dela e que não dignifica em nada esta classe profissional, que insiste em ser corporativista ao máximo. Bem, mas isto seriam outros quinhentos.
O que vos quero contar foi observado por mim, não é história.
Ainda no seguimento do meu raciocínio, quebrar o sigilo contando o que o doente confessou em sede de consulta a um outro colega, amigo, vizinho, ou até mesmo familiar, é mau, mas quando o mesmo é quebrado perante uma sala de espera inteira, para mim já é demais!
Estava eu, em pleno hospital dos Capuchos em Lisboa, na sala de espera, quando me deparo com um cenário vergonhoso e que me indignou.
Eu e todos os presentes estávamos a ouvir, em tempo real, a consulta de uma Sr.ª que havia acabado de entrar no gabinete, à escassos minutos.
Ficámos todos a saber o nome da senhora, os problemas de saúde de que padecia, os seus medos e ansiedades, o facto de não conseguir manter relações sexuais com o seu marido, derivado ao facto de se encontrar com um estado depressivo, potenciado pela doença que enfrenta, que tomava Xanax, enfim, tudo e mais alguma coisa.
Todas as pessoas presentes assistiram a este episódio, quanto a mim, francamente deprimente e nada respeitador dos direitos dos doentes, que tanto se apregoam nos hospitais, e que se encontram até mesmo escarrapachados nas paredes destas instituições.
Mas, o mais grave é que outros técnicos e auxiliares estavam presentes e não advertiam o médico que esta situação estava a ocorrer.
Pelos vistos, não existiu qualquer interesse em minimizar os estragos desta triste ocorrência.
Foi nessa altura que me indignei e gritei bem alto, com todas as minhas forças, que era uma vergonha e uma falta de respeito pela doente, estarmos todos a ouvir os seus problemas, sem que ninguém dos restantes funcionários nada fizesse.
Eles agem como se isto já fosse uma prática corrente, e que não tem real importância para as pessoas, para a sua saúde mental.
Bem, e ao que me é dado a ver assim é, porque também, não há muito tempo, estava no Hospital de S. José e o mesmo aconteceu, embora o teor da conversa e o que foi ouvido não fosse tão “intimo”, se é que assim lhe posso chamar.
Tudo isto acontece porque os senhores doutores ao chamarem os doentes, se “esquecem” de desligar o telefone que usam para o efeito.
No fundo, para mim isto é uma total rebaldaria, ou seja, nós temos que comer e calar.
F******* é para este pseudo sistema de saúde, para este Estado desorganizado que eu desconto????!!!!
E depois são precisamente estes funcionários públicos que se queixam, se manifestam e que reclamam pelo respeito pelos seus direitos!
Ora, vão mas é aprender a ser gente e a respeitar o próximo.
É que uma coisa que realmente nunca compreendi foi, porque carga de água é que estes senhores têm que ter “direitos especiais”, em relação ao cidadão comum?
É para nos mostrarem má cara, serem mal-educados, e nos gozarem literalmente?!
Isto é vergonhoso!
No entanto, o meu grito de indignação lá deve ter servido para alguma coisa, porque passados alguns instantes de me ter manifestado, a situação foi “normalizada”.
Portanto, a partir de agora já sabem que não é seguro estar a contar os vossos medos, as vossas ansiedades, a vossa intimidade, nos maravilhosos hospitais que temos.
O que é me têm a dizer a isto? Será que não está mais do que na altura de estes senhores serem responsabilizados judicialmente pelos seus “deslizes”?
Saudações diabólicas.
12 comments:
Houve uma pessoa que me disse que com médicos e com advogados miguem se mete, isso deve ser por causa das suas ordens que tem um poder muito grande.
Quando foi a ultima vez que um medico foi condenado de negligencia, eu que tenho 30 anos nunca me lembro de um, será que nós temos que pensar que os médicos portugueses não se enganam????
Lembro me de um medico que MATOU uma doente e o seu filho por nascer e depois de 6 anos de processo levou como castigo um MÊS ordenado de multa, se o familiar der um murro a um desses médicos pode ir para a prisão durante 6 meses.
Isso não posso generalizar há, como em todas as profissões bom e maus profissionais, mas devia como a autora diz haver responsabilização pelos erros cometidos, não uma certeza que qualquer erro que cometam não é pago.
Diabólica,
Tens razão, mas o problema de fundo, na minha perspectiva, é a sociedade estar orientada para curar doenças ou os sintomas. Quando devia estar preocupada em prevenir as doenças. Apostar em dietas saudáveis, praticar exercício físico moderado, hábitos saudáveis, …
Se existissem estas preocupações nem precisava-mos de metade dos médicos, mas mudar uma cultura não é nada fácil.
Bjs
infelizmente assim é.....
temos de gritar mais alto
jocas maradas
De facto, degradante.
Vergonhoso, no mínimo...
Agiste muito bem...
Beijo e coragem pra ultrapassar este momento...
O que dizes é verdade.
Por vezes, a porta do médico fica aberta e quem está fora tudo.
Porém, neste preciso momento, a situação está pior.
Vais a uma consulta e, no tal chamado "RASTEIO", está tudo a monte.
Entretanto, chegam doentes em macas, vindos em ambulâncias que têm prioridade.
Só de ver o estado em que eles chegam, fica-se mal disposto.
Depois, todos ouvem os nossos "males".
Quando vamos ao gabinete do médico
estão lá mais médicos a consultar outros pacientes.
É uma balbúrdia.
Sabes, "Diabólica", há muito que este país bateu no fundo!!!
....
É necessária uma 3ª FORÇA POLÍTICA.
Olá querida e desculpa ter demorado a aprecer, a minha vida tem sido uma correria e infelizmente o tempo para os amigo da blogoesfera cada vez é menos.
Em relação a este triste episódeo só te posso dizer que este é uma gota no oceano comparado com os erros médicos que existem todos os dias nos nossos hospitais públicos, mas não deixa de ser igualmente triste e deveria sim ser punido.
De resto só posso dizer que nunca me senti tão triste com o panorama actual do nosso país.
Hoje foi o funeral do Diogo, o miúdo de 21 anos que levou um tiro na cabeça a tentar evitar um assalto, esse miúdo era meu conhecido e ex-colega de escola do meu sobrinho. É revoltante!!
Um beijo e bom fim de semana
Não consigo entender quem ainda se espante com o declínio da saúde pública em Portugal.Convém adoptar a resignação como escape a este ultraje que é o serviço hospitalar.
SAPO,
Caro amigo, esse é um problema desta classe, é que são muito corporativos.
Mesmo q saibam q um colega foi negligente, arranjam sp forma de o defender.
O que por vezes é uma vergonha, pois tentam defender oindefensável.
Chegam a ser imorais.
Mas isto acontece pq ng os responsabiliza pelos seus erros, a começar por nós utentes.
Bjos.
TIPP,
Concordo coma alteração de mentalidades no sentido de existirem práticas mais saudáveis, no q diz respeito à alimentação.
Mas, a minha questão é q qd chegamos a um momento em que temos o infortunio de ficarmos doentes, temos o direito a ser tratados e a manter a nossa dignidade.
E isto é precisamente o que não acontece...
Bjos
SU,
O problema é q o nosso povo só fala qd n deve, qd se deve protestar todos baixam a cabeça.
Bjos
PADEIRA,
Sem dúvida... É triste ter que recordar casos destes, mas acho q é um dever cívico.
Bjos
CATARINO,
Obrigada pelo apoio. Estou a tentar me aguentar.
Está díficil, especialmente agora que começo a perder a fé....
Bjos
CAMILO,
Sem dúvida que batemos no fundo.
Estou de acordo com uma 3ª força política, mas onde é q ela está?
Acho q nós, tb deviamos ser mais interventivos.
Mas, enfim, falamos muito mas acertamos pouco! Essa é q é essa, nunca falamos qd devemos.
Bjos
MARIA TUCHÉ
Há qto tempo, já sentia saudades das tuas visitas! Espero que esteja tudo bem ctg!
Sem dúvida q é revoltante, mas os nossos governantes ainda desmetem o que está aos olhos de todos nós.
E dp faz algo que a mim me irrita solenemente, que é comparar-nos com os outros países, mas só no q é bom da nossa parte, mas no que poderia ser bom para nós, como ordenados de jeito, protecções sociais adequados....
Isso nem pensar. É uma vergonha, é uma cambada de ladrões e corruptos.
Ao ponto a que chegámos.
Bjo.
ZÈ TROLHA,
Resignar-me nunca, esse tv seja o nosso mal.
Pagamos logo temos direito a um serviço de qualidade e acima de tudo de respeito.
Pq eu no meu local de trabalho se esperimentar a fazer algo parecido, sou despedida de imediato.
Então pq é q estes senhores têm direito a um tratamento "VIP" em relação aos restantes.
Bjos
Boas!
Antes de mais desculpas pela minha ausência, mas estou de regresso e vejo, com agrado, que manténs os bons temas ( tenho de passar no post anterior para deixar uma dica ;)].
No que respeita a este em particular acho, honestamente, que está mais do que na hora de nos insurgirmos contra o desrespeito constante de que somos alvos por parte da classe médica, que se sente no direito de dizer e fazer o que entender, porque ng lhes faz frente no tipico comportamento de que lhes devemos alguma coisa ou que por serem médicos são melhores que nós!
Sem me querer alargar muito dou-te um exemplo que aconteceu cmg.
Andava há uns dias com uma dor enorme no pulso, que foi piorando, até que cheguei ao ponto de ter um alto enorme no pulso e não conseguir mexer a mão. cheia de dores, lá me dirigi ao hospital ,algo que tentei evitar, e eis que ao fim de um bom tempo à espera sou chamada pelo ortopedista.
De má vontade o sr pergunta-me o que se passa e eu explico. Sem tão pouco olhar ou tocar no meu pulso sai-se com esta: "você vem ao hospital pq lhe doi o pulso? eu aqui não passo baixas... se n quer ir trabalhar tem de ir ao médico de família!". Passei-me! Cheguei a trabalhar com o braço engessado não podia admitir que aquela besta levasse a dele avante e respondi-lhe: " Eu não venho ao hospital porque não tenho nada melhor para fazer, venho pq estou cheia de dores e o sr tem a obrigação de me atender, seja por um pulso, seja por uma unha encravada. caso não tenha reparado eu sou contribuinte, e como tal sou eu que lhe pago o ordenado que aqui ganha com o que me é descontado todos os meses do meu recibo de vencimento. posto isto tem duas hipóteses, ou me pede desculpa e me atende com atenção e respeito ou dá-me o seu nome e o seu nr da ordem para apresentar já uma reclamação escrita do seu trabalho!"
Fui respeitosa não fui? só me passava pela cabeça, mas quem é que este FDP pensa que é?
Ficou boquiaberto a olhar para mim e meio entabalhoado pediu-me desculpa, mandou-me fazer um rx e no fim chegou-se à conclusão que tinha um quisto sinuvial que tinha de ser removido!
Temos de dar uso ao nosso direito à indignação e reclamação!
Mesmo que eles não queiram mudar, o hospital terá de arranjar forma de fazer com que mudem, uma vez que será a instituição a pagar as chorudas coimas por reclamação no livro mágico!
Beijos e depois envia a conta arrendamento do espaço com um comentário tão grande! ;)
Post a Comment