Este fim-de-semana fui para a terra dos meus pais e, fui literalmente “bombardeada” com as perguntas mais incríveis que possam imaginar.
Questões que se prendiam com a morte do meu pai, assunto que como todos advinham é bastante doloroso para mim.
O meu pensamento foi imediatamente o seguinte: é incrível como muitas pessoas não se medem e nos fazem as perguntas mais incríveis, arrisco-me mesmo a dizer obscenas????
Mas será que devemos responder a todas as perguntas que nos façam?
Para mim, a resposta é claramente não, uma vez que não há regras que nos obriguem a responder sempre a todas as perguntas que nos façam, nem mesmo a boa educação.
Eu não sou de levar desaforos para casa, e geralmente não gosto que se metam na minha vida e depois tenho tendência a responder à letra. Claro, que à posteriori passo por mal-educada. Mas, acho que as pessoas não devem confundir boa educação com estupidez. Daí as minhas respostas por vezes “bruscas”, é que não tenho mesmo jeito nenhum para ser cínica…
Mas, não será uma questão cultural, da educação que recebemos que nos leva a responder a tudo, mesmo que isso nos revolte profundamente?
Fomos acostumados desde pequenos a responder sempre às perguntas que nos faziam. Se acreditávamos que a resposta podia ir contra nós, com maior ou menor habilidade, podíamos tentar salvar-nos com uma mentira, mas raramente deixávamos de responder.
Em adolescentes demonstrávamos a nossa rebeldia com” respostas tortas”, mas habitualmente respondíamos e, efectivamente, não parávamos de perguntar, seguramente com tom agressivo, mas exigindo sempre repostas ou afirmações, mesmo quando estas eram envenenadas.
Em adultos, parece-nos pouco educado não responder e passamos a vida a responder a perguntas indiscretas, que nos fazem pessoas que abusam da “nossa educação” e não respeitam a nossa intimidade.
Mas uma boa comunicação baseia-se no respeito, não na manipulação, logo podemos verificar que não temos de responder a essas perguntas de “seres” que se imiscuem na nossa intimidade, à qual não tínhamos dados acesso.
Mas o que devemos fazer se as pessoas continuarem a insistir?
Se nos perguntam porque razão não quer responder?
Óbvio teríamos que analisar caso a caso, mas regra geral podemos responder com um sorriso aberto, um olhar que deixe antever um pensamento do género: “ É preciso ser-se obtuso e imprudente para continuar a insistir”, e um longo silêncio, depois do qual mudaremos tranquilamente de assunto.
No caso de consideramos que devemos verbalizar alguma coisa, depois do silêncio, devemos fixar com força o olhar no nosso interlocutor, podemos dizer-lhe uma frase curta como: “Parece que o teu forte não é comunicação.”
É muito importante que não acrescentemos nada mais, simplesmente mudaremos de tom.
Também poderemos terminar a conversa com um “ Bom dia / Boa tarde/Boa noite”.
Contudo, será que há pessoas para quem estas boas regras funcionam? Ou será mesmo melhor, “subir no salto” e mandá-las à “merda”?
O que vos parece?
No entanto, parece-me linear concluir que não devemos fazer perguntas pouco respeitosas, nem responder a perguntas indiscretas.
E não é menos verdade que muitas pessoas têm o dom de nos ensinar, precisamente, o que não devemos fazer, como não nos devemos comportar; como não se devem tratar as pessoas…